A reformulação do movimento estudantil: 1945-1960

Com o fim do Estado Novo e da Segunda Guerra Mundial, abre-se um novo período na história do movimento estudantil. O processo de relativa redemocratização e o surgimento de novos partidos políticos – aproximadamente 27, segundo o registro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – geram também cisões ideológicas entre os estudantes, que começam a levar mais fortemente as pautas dos partidos ao movimento. Cisões radicais que são observadas pelos próprios contemporâneos. Em um depoimento dado posteriormente, José Batista de Oliveira Júnior, eleito presidente da UNE em 1956, identifica três tendências principais dentro do movimento estudantil da época: os governistas, os comunistas e os independentes. O movimento mais importante da gestão Batista foi a campanha contra o aumento no preço das passagens dos bondes no Rio de Janeiro, em maio de 1956. Por razões indeterminadas, que podem ir desde a ausência de documentos no acervo, à falta de cadastro dos documentos ou problemas de pesquisa, não encontramos documentos sobre estudantes no período de 1956 a 1960. Segundo o livro Memorias Estudantis, de Maria Paula Araújo, nesse período “a UNE gozou de grande liberdade e prestígio. O Presidente [Juscelino Kubitschek] tinha um canal de diálogo sempre aberto para os estudantes”.