China contemporânea – Seis interpretações

Livro reúne análise de especialistas sobre a gênese, o desenvolvimento e o futuro da China

Obra traz análises de Alexandre de Freitas Barbosa, Alexis Dantas, Bruno Hendler, Elias Marco Khalil Jabbour, Francisco Foot Hardman, Luiz Enrique Vieira de Souza e Wladimir Pomar; organização do volume ficou a cargo de Ricardo Musse

A trajetória recente da China não cessa de causar admiração. O mundo acompanha atônito seu impressionante desenvolvimento econômico, a transformação de sua manufatura em oficina do mundo, o surgimento de cidades monumentais que brotam do nada, conectadas entre si por trens de alta velocidade.

Essa nova potência comercial, industrial e financeira desperta não apenas sentimentos contraditórios, mas também muitas indagações: como ela consegue combinar uma economia de mercado com um sistema político fechado, o planejamento estatal com a livre-iniciativa de gigantescas empresas privadas? O que pretende com a “Iniciativa Cinturão e Rota”? Quais são os efeitos dessa modernização acelerada e tecnológica sobre a vida cotidiana?

China contemporânea – Seis interpretações, que acaba de sair pela Autêntica Editora, se propõe a fornecer respostas para essas e outras questões. O leitor encontrará neste livro explicações sobre a gênese, o desenvolvimento e o futuro da China; interpretações sobre as características principais da economia, da sociedade, da vida política e da cultura do país-continente.

Os ensaios foram redigidos por destacados analistas brasileiros, um grupo selecionado por suas contribuições relevantes e originais, resultantes de estágios de pesquisas no território chinês: Alexandre de Freitas Barbosa, professor do Instituto de Estudos Brasileiros da USP, confronta, na longa duração, as particularidades históricas do Ocidente e da China, diferenças que levaram, com a ascensão chinesa, a uma reorganização da economia-mundo capitalista.

Elias Jabbour e Alexis Dantas, ambos professores na UERJ, examinam o papel do Estado na gestão, na coordenação e na planificação da economia. Essa intervenção teria gestado uma formação econômico-social específica: o socialismo de mercado.

Wladimir Pomar, ativista político e autor de mais de uma dezena de livros, alguns dos quais sobre a China, comenta o ponto de vista de economistas marxistas chineses sobre a questão “capitalismo versus socialismo” e suas estratégias para desenvolver as forças produtivas, reduzindo a polarização social.

Bruno Hendler, professor na UFSM, parte de dados factuais para afirmar que a transição do ciclo sistêmico de acumulação protagonizado pelos EUA para o impulsionado pela China não configura uma nova hegemonia, mas, antes, o acirramento da rivalidade.

Francisco Foot Hardman, da Unicamp, descortina as afinidades culturais entre o Brasil e a China, pela via da recepção brasileira de dois expoentes da arte chinesa contemporânea: o escritor Mo Yan e o cineasta Jia Zhangke.

Luiz Enrique Vieira de Souza, também da Unicamp, faz um balanço do andamento contraditório da questão do meio ambiente, da polaridade entre fluxos de modernização ecológica e vetores de degradação ambiental.

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SOBRE A COLEÇÃO
China contemporânea – Seis interpretações é um lançamento da coleção Ensaios, que busca preencher uma lacuna no mercado editorial brasileiro: a publicação de obras redigidas por especialistas para o público não especializado. Os autores, selecionados entre expoentes de sua área de atuação, apresentam resultados de pesquisas relevantes e originais, ou balanços da discussão intelectual sobre um tema determinado – em linguagem acessível –, mantendo o rigor conceitual e dispensando o aparato acadêmico. Com abrangência multidisciplinar, as obras desdobram suas reflexões a partir do entrecruzamento de análises críticas da cultura, da política, da economia e da vida social em geral.

A coleção é coordenada por Ricardo Musse, professor de sociologia na USP e reconhecido por sua atuação no jornalismo cultural. Foi um dos editores do Jornal de Resenhas e possui experiência como articulista de suplementos e cadernos culturais dos jornais Folha de S. Paulo e O Estado de São Paulo.

Pertence à mesma coleção o recém-lançado A superindústria do imaginário – Como o capital transformou o olhar em trabalho e se apropriou de tudo que é visível, no qual o autor, Eugênio Bucci, expõe como foi possível que determinadas empresas passassem a fabricar valor em escala superindustrial, tornando-se assim o centro do capitalismo nos últimos anos.

Os próximos lançamentos serão: Arqueologias do futuro, de Fredric Jameson, que trata da atualidade da noção de “utopia” e dos cenários distópicos da ficção científica clássica e contemporânea; e Operação Lava Jato – Gênese e desdobramentos, de Marjorie Marona e Fábio Kerche, que compõe um relato crítico da gênese, do desenvolvimento e do término das ações da força-tarefa que mudou a história do Brasil.