Acervos do mês – Março

Os “Acervos do mês de Março” também possuem sua versão ampliada em podcast (#182) que você pode ouvir aqui.

GMS-F080-004

Referência: Retrato de formatura de Gilda de Mello e Souza. [1939]
Arquivo IEB – USP, Fundo Gilda de Mello e Souza, código de referência: GMS-F080-004.

Gilda de Mello e Souza

São Paulo – SP, nasceu em 24/03/1919

Ensaísta e professora universitária, Gilda de Mello e Souza integrou uma das primeiras turmas da recém fundada Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP. Como estudante de filosofia foi aluna de algum dos mestres franceses que integraram a primeira geração de professores do setor de humanidades da USP. Foi assim que se tornou discípula de Roger Bastide, Jean Mougüé e Claude Lévi-Strauss. Teve os estudos iniciais feitos em Araraquara com a própria mãe até mudar-se para São Paulo, em 1930, onde os continuou no colégio Stafford, dirigido por uma grande educadora, Blandina Ratto. Nesse período, bem como no da faculdade, viveria na casa de sua madrinha e tia-avó Maria Luisa de Moraes Andrade, mãe de Mário de Andrade. Nos anos do curso superior  participaria do Grupo Universitário de Teatro e da Revista Clima que fundou em 1941 juntamente com Alfredo Mesquita e com colegas como Antonio Candido (com quem se casaria), Décio de Almeida Prado, Paulo Emílio Salles Gomes, Ruy Coelho e Lourival Gomes Machado, todos futuros professores na USP. Após a formatura foi assistente de Roger Bastide por 10 anos, no departamento de Sociologia I, antes de passar a professora de Estética fundando a disciplina no Departamento de Filosofia para onde tinha migrado em 1954 a convite de João Cruz Costa. Foi chefe desse Departamento de 1969 a 1972 enfrentando inúmeras dificuldades impostas pela Ditadura Militar. Nesse intervalo fundou a revista Discurso, que segue sendo publicada pelo departamento até os dias de hoje. Em 1999 recebeu o título de professora emérita pela FFLCH – USP.

Fundo Gilda de Mello e Souza
Catálogo disponível para consulta aqui.

Presente também nos fundos:
Antonio Candido (Arquivo), Aracy Abreu Amaral (Arquivo), Mário de Andrade (Arquivo), Marlyse M. Meyer (Arquivo).

Se interessou e gostaria de saber mais?
Escute os episódios do Podcast do IEB, de número 70 de Juliana Franco, chamado “O espaço do talvez: cadernos de Gilda de Mello e Souza” e o episódio de número 74, de Michele Soares, com apoio de Juliana Franco e Marca A. Teixeira, chamado “Itnerários de um estudo: o Espírito das Roupas segundo o arquivo de Gilda de Mello e Souza”.

 

Leia também o artigos na Revista do IEB  de Elisabete M. Ribas e Laura Escorel, chamado Os arquivos pessoais de Gilda de Mello e Souza e Antonio Candido.

 

 

Referência: Retrato de Paul Singer.
Arquivo IEB – USP, Fundo Antonio Candido, código de referência: AC-F113-030.

Paul Singer

São Paulo – SP, nasceu em 24/03/1932

Paul Singer (1932-2018) foi um dos mais destacados pensadores econômicos do Brasil da segunda metade do século XX. Sua trajetória foi marcada, logo no início da vida adulta, pela atuação junto ao sindicato dos metalúrgicos de São Paulo. Realizou sua graduação em economia na FEA/USP entre os anos de 1956 e 1959 e foi integrante do grupo d’O Capital, iniciado ao final dos anos 1950, junto com outros professores e estudantes da USP. Nos anos 1960, além de ministrar aulas na FEA/USP era responsável pela cadeira de economia das Faculdades de Filosofia, Ciências e Letras de Rio Claro e Araraquara. Em 1966, ano em que defendeu a sua tese de doutorado sob a supervisão de Florestan Fernandes, assumiu o cargo de Professor-Colaborador da Faculdade de Higiene e Saúde Pública da USP. Nos anos 1970, quando atuou como pesquisador do CEBRAP, elaborou importantes e inovadores estudos que investigam a relação entre desenvolvimento econômico, tecnologia, mercado de trabalho, urbanização e dinâmica populacional.

Sua intensa participação política adquiriu vulto durante a criação do PT e o processo de redemocratização do país. Nos anos 1980, retornou à USP como Professor Titular da FEA/USP, para depois assumir a Secretaria de Planejamento da Prefeitura de São Paulo durante a gestão de Luiza Erundina (1989-1993). Durante os anos 1990, dedicou-se ao estudo e à defesa da chamada “economia solidária”. Inaugurou então um novo campo de pesquisas que permitiu conciliar a sua trajetória de reflexão crítica sobre o mercado de trabalho no Brasil com a defesa de novas práticas de organização e de políticas públicas para os empreendimentos populares no Brasil. Tornou-se uma das principais referências latino-americanas e mundiais no estudo deste tema. Entre 2003 e 2016, assumiu a Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES), vinculada ao Ministério do Trabalho e Emprego.

Sua obra se caracteriza pela inovação metodológica e pela perspectiva crítica, compreendendo mais de uma centena de livros e artigos publicados em periódicos e coletâneas em várias línguas, escritos durante 60 anos de intensa atividade intelectual e política.

 

Fundo e Coleção Paul Singer em processo de organização.

Catálogos disponíveis em breve.

 

Presente também nos fundos e coleções:

Antonio Candido, Caio Prado Jr., Fundo IEB, José Honório Rodrigues, Milton Santos, Waldisa Russio.

 

Se interessou e gostaria de saber mais?

Veja a notícia sobre a chegada do acervo ao IEB aqui.

 

 

Referência: Retrato de Lupe Cotrim Garaude com Hilda Hilst.
Arquivo IEB – USP, Fundo Lupe Cotrim Garaude, código de referência: LCG-57.21.

Lupe Cotrim Garaude

São Paulo – SP, nasceu em 16/03/1933

Poeta e professora, Maria José Cotrim Garaude Gianotti foi desde menina chamada de Lupe. Sua primeira graduação foi em Cultura Geral e Biblioteconomia no Sedes Sapientiae. Em 1963, iniciou o curso de Filosofia na USP. Em 1965, lançou seu primeiro livro de poemas, Monólogos do afeto . Destacam-se, em sua obra, a coletânea Cânticos da terra e O poeta e o mundo. Em 1965, viaja para Santiago do Chile, onde conhece Pablo Neruda. Além deste, em sua correspondência, há o diálogo com Ruth Cardoso, Menotti Del Picchia e Carlos Drummond de Andrade. Em 1967, publicou o livro de poesia Inventos e ingressou como professora na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, faculdade que dedicaria seu nome ao Centro Acadêmico. O livro Poemas ao outro recebeu por unanimidade o prêmio Governador do Estado em outubro de 1969.

 

 

 

Fundo Lupe Cotrim Garaude

Catálogo disponível para consulta aqui.

 

Presente também nos fundos e coleções:

Odette de Barros Mott (Arquivo), José Aderaldo Castello (Biblioteca), Marlyse Meyer (Biblioteca), Coleção Geral (Biblioteca).

 

Se interessou e gostaria de saber mais?

Leia o artigo de Leila V. B. Gouvêa, na Revista do IEB sob o título: Lupe Cotrim: algumas lições do amigo .