A fundação da União Nacional dos Estudantes, em 1937, a partir das resoluções tiradas do I Congresso Nacional dos Estudantes, ainda organizado sob os auspícios da Casa do Estudante Brasileiro, marcou uma nova fase na organização estudantil. A partir desse momento, as lutas locais e regionais se farão ao lado de pautas nacionais, através de uma organização centralizada com propostas de dimensão globalizantes em relação às esferas social, política e cultural da vida estudantil. A nova escala também corresponde a mudanças na natureza da política nacional: a instauração do Estado Novo, com Getúlio Vargas à frente da ditadura. O relacionamento entre essas duas esferas, a do movimento social com o governo nacional, marcará a ação estudantil até 1945, cravejada por posições ambivalentes no tempo, no espaço e entre diferentes grupos. O início da Segunda Guerra Mundial será mais um fator nas ambivalências do movimento ao colocá-lo em um dilema: enfrentar a ditadura de Vargas significava enfraquecer o país no combate contra o Eixo? Ou não, enfrentar o governo significava também enfrentar o fascismo? Respostas variadas foram dadas por diferentes atores: repreensões do partido comunista ao movimento estudantil; ofensivas do governo de São Paulo aos estudantes da Faculdade de Direito; setores dos estudantes que se lançaram favoravelmente ao governo.
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