IEB0238 – A Arte Brasileira nos Decênios de 30 e 40 a partir da Contribuição Italiana do Início do Século

Profa. Talita Trizoli

6ª feira | das 09h às 13h

Aulas online – em razão da pandemia de COVID-19

Vagas Oferecidas :  30 Alunos Regulares USP ,  02 Alunos Especiais (aluno sem vínculo com a USP) , 02 Alunos do Programa UPS 60 +

 

Programa para o 2ºsemestre/2021:

Objetivos:

Partindo de uma releitura crítica da exposição de 1917 de Anita Malfatti, eleita pelo grupo Modernista como marco de virada da cena artística em relação aos círculos academicistas, o curso intenciona verificar as complexas relações entre os integrantes da Semana de 22, pertencentes a elite agrário-política, e algumas aglomerações de artistas pertencentes as classes operárias, como o Grupo Santa Helena, que possui entre seus integrantes imigrantes italianos, mas também o Seibi-Kai, vinculado a comunidade nipo-brasileira, e as negociações femininas no bojo modernista. Como pano de fundo, interessa discutir com os discentes os preconceitos de classe, gênero e xenofobias imbrincados na geração modernista da primeira metade do século XX, em concomitância ao processo de institucionalização e consagração do Moderno artístico, colocando em xeque os discursos dos primeiros críticos que se debruçaram sobre o tema, mas também a primeira geração acadêmica que os contemplou em suas investigações.

Conteúdo:

1. Apresentação da disciplina/programa;
2. Precedentes: Academicismos e as influências dos Novecentos Italianos;
3. Locais de socialização/formação: O Liceu de Artes e Ofícios e a Escola de Belas Artes;
4. São Paulo, projeto de metrópole;
5. O evento Anita Malfatti;
6. Mitos da Semana de 22;
7. Retorno à qual ordem?;
8. SPAM e CAM;
9. Entre Paris e Brás;
10. O Grupo Santa Helena;
11. O Seibi-Kai;
12. Pintoras e escultoras na querela moderna;
13. A crise MAM/BIENAL/MAC-USP;
14. O Museu de Arte Negra de Abdias Nascimento;
15. Discussões finais e entrega dos ensaios críticos.

Avaliação:
Método : Aulas expositivas, debates sobre textos, seminários discentes e análise de imagens e/ou filmes, com produção de ensaios críticos com temas eletivos.
Critério: Participação nas aulas/seminários e atividades extra-classes; Leitura dos textos recomendados; Realização das provas e trabalhos indicados.

Bibliografia:
ALMEIDA, Paulo Mendes de Almeida. De Anita ao museu. O Modernismo, da primeira exposição de Anita Malfatti à primeira Bienal. São Paulo, Editora Terceiro Nome, 2014.
AMARAL, Aracy. Artes plásticas na Semana de 22. São Paulo, Perspectiva,1970.
ANDRADE, Mário de. O baile das quatro artes. São Paulo: Livraria Martins Editora, 1963.
ARRUDA, M. A. Metrópole e Cultura: São Paulo no meio século XX. Bauru, SP: EDUSP, 2015
BATISTA, Marta Rossetti Batista. Anita Malfatti: no tempo e no espaço, São Paulo: Editora 34, 2006
_________________________. Os artistas brasileiros na Escola de Paris: anos 1920, São Paulo: Editora 34, 2012
_________________________. Escritos sobre arte e modernismo brasileiro. São Paulo: Prata design, 2012.
CASTRO, M. B. de; SANTOS, M. S. dos. Abdias do Nascimento e o Museu de Arte Negra. MODOS: Revista de História da Arte, Campinas, SP, v. 3, n. 3, p. 174–189, 2019. DOI: 10.24978/mod.v3i3.4235. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/mod/article/view/8663189.
Acesso em: 11 abr. 2021.
CERCHIARO, Marina Mazze. Esculpindo para o Ministério: arte e política no Estado Novo. 2016. Dissertação (Mestrado em Culturas e Identidades
Brasileiras) – Instituto de Estudos Brasileiros, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2016. doi:10.11606/D.31.2016.tde-14042016-103524. Acesso em: 2021-04-11.
CHIARELLI, Tadeu. O novecento e a arte brasileira. In: Revista Italianística, ano III, N 3, p. 109-134, 1995.
_______________. Um modernismo que veio depois: arte no Brasil, primeira metade do século XX, São Paulo: Alameda Editorial, 2012.
DURAND, José Carlos. Arte, privilégio e distinção: artes plásticas, arquitetura e classe dirigente no Brasil, 1855/1985, São Paulo: Editora perspectiva, 2009.
FABRIS, Annateresa. (Org.). Modernidade e modernismo no Brasil. 2. ed. rev. Porto Alegre: Zouk, 2010.
_______________. O futurismo paulista: hipóteses para o estudo da chegada da vanguarda ao Brasil, São Paulo: Editora Perspectiva, 1994.

FORTE, Graziela Naclério. CAM e SPAM: Arte, Política e Sociabilidade na São Paulo Moderna, do início dos anos 1930. (Mestrado em História Social).
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Universidade de São Paulo, 2008.
FREITAS, Patricia Martins Santos. O Grupo Santa Helena e o universo industrial paulista (1930-1970). (Mestrado em História) – Instituto de Ciências Sociais, Filosofia e História. Universidade de Campinas, 2011.
GONÇALVES, Lisbeth Rebolo. Sérgio Milliet, crítico de arte. São Paulo: Perspectiva; Edusp, 1992.
HOFFMANN, Ana Maria Pimenta. A arte moderna no Brasil e o seu processo de institucionalização. In: Resgate – Rev. Interdiscip. Cult., Campinas, v. 25, n. 1 [33], p. 29-46, jan./jun. 2017 – e-ISSN: 2178-3284
JAREMTCHUK, D. (2018). Abdias do Nascimento nos Estados Unidos: um “pintor de arte negra”. Estudos Avançados, 32(93), 263-282.
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MAGALHÃES, A. G. Classicismo Moderno: Margherita Sarfatti e a Pintura Italiana no Acervo do MAC USP. 1. ed. São Paulo: Alameda Casa Editorial /
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MICELI, S. Intelectuais à brasileira. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
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PONTIGGIA, Elena. Ir retorno all ́ordine. Milano: Abscondita SRL, 2005
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______. Mulheres modernistas: estratégias de consagração na arte brasileira.
Tese de livre-docência defendida no Instituto de Estudos Brasileiros da USP, 2018.