Mulheres na periferia: autonomia e subordinação nas relações de gênero, no trabalho informal e no espaço urbano na cidade de São Paulo

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As mulheres no século XXI vivem uma situação paradoxal de autonomia: ocuparam espaço no mercado de trabalho e se emanciparam individualmente, porém, as conquistas são assentadas em um lastro imóvel que mantém uma posição secundária nas relações de gênero no trabalho produtivo metropolitano. Se essas trabalhadoras são informais, a ambiguidade na autonomia se manifesta ainda no conflito entre a construção ideológica da independência laboral virtuosa sem as contrapartidas do bem-estar social, sobretudo no direito à cidade. As ambivalências dizem respeito a convivência entre situações que sugeririam avanço e progresso com a permanência sistemática e estrutural da discriminação e da subordinação no tripé: relações de gênero, trabalho informal e urbano.
São duas categorias de trabalhadoras informais a serem investigadas: autônomas e subcontratadas que trabalham no domicílio ou no espaço público. Esta pesquisa tem o objetivo de compreender as especificidades e diferenças na cidade de São Paulo, a partir da comparação entre 4 periferias (norte, sul, leste e oeste) e a região central da cidade. Para além da hierarquia, subordinação e discriminação de gênero no trabalho informal, esta pesquisa buscará compreender como se manifesta o círculo vicioso que sobrepõem discriminação e subordinação entre formal-informal, nativa-imigrante, homem-mulher e centro-periferia. Existiria somente uma dicotomia que provoca conflitos permanentes ou eles se conciliam e se conservam mutuamente? Por outro lado, a pesquisa procurará identificar condicionantes da perpetuação da precariedade na informalidade, ainda que sejam formulados políticas públicas que “resgatam” trabalhadoras informais, porém, combinadas com a tutela; ou que as “emancipam”, entretanto, conservando subordinação e discriminação.

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Luciana Fukimoto Itikawa Sakurai (Pós-Doutorado)