Mário de Andrade

(São Paulo, SP, 1893 – São Paulo, SP,1945)

| BIOGRAFIA |
Escritor plural, Mário Raul de Morais Andrade é um dos nomes mais destacados da literatura e da cultura brasileira do século XX. Do pai, contador, recebeu o gosto pela leitura. Em 1911, depois de estudar piano em casa com a mãe e a tia, entrou no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, onde deu aulas do instrumento a partir de 1913 e lecionou também Estética e História da Música de 1922 em diante. Poeta, seu primeiro livro, Há uma gota de sangue em cada poema , de 1917, busca a renovação. Participou da Semana de Arte Moderna, em 1922, ano em que lançou Paulicéia desvairada . Publicou, em vida, entre outros, Amar, verbo intransitivo: idílio , Macunaíma, o herói sem nenhum caráter , rapsódia, prosa experimental, clímax no modernismo em 1928 e Belazarte (1934). Deixou inéditos dois romances e Contos novos (1947). Cronista e crítico, fez-se presente nos principais periódicos culturais do país; reuniu crônicas em Os filhos da Candinha (1943). Ensaísta, transitou por muitas áreas – literatura, música, estética, artes plásticas, folclore -, publicando diversos livros como A escrava que não é Isaura (1926) e Aspectos da literatura brasileira (1943). Viajante, escreveu os diários do Turista Aprendiz e pesquisou o folclore. Fotógrafo moderno, restringiu suas imagens ao período 1927-1932. Correspondente fecundo, dialogou com os nomes mais significativos do campo cultural de seu tempo. Formou uma coleção de arte representativa do modernismo. Dirigiu o Departamento de Cultura do município de São Paulo (1935-1938), onde planejou a Biblioteca Municipal, implantou a Discoteca Pública e os parques infantis e enviou ao nordeste a missão de pesquisas folclóricas. Criou, ao lado de Rodrigo Melo Franco de Andrade, o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1936. Vivendo no Rio de Janeiro, de 1938 a 1941, foi professor de Filosofia e História da Arte no Instituto de Artes da Universidade do Distrito Federal e trabalhou no Instituto Nacional do Livro.

PERCURSO
Adquirido da família do titular pela USP em 1967 e doado ao IEB em 1968. Em junho de 1992, duas obras que pertenceram a Mário de Andrade – uma gravura de Tarsila do Amaral e uma monotipia de Clóvis Graciano – foram vendidas ao IEB pela família do escritor e compradas com doação do Instituto Quadrante.

CONTEÚDO DO ACERVO

Arquivo
SIGLA: BR USP/IEB MA
Manuscritos relacionados à prosa e à poesia, assim como à atividade de crítico musical, das artes plásticas em geral e da literatura do titular do acervo. Os documentos tratam ainda dos vínculos de Mário com os escritores de seu tempo, quer através da correspondência, quer nos manuscritos de outros autores que ele conservou. Apresentam ainda subsídios para o estudo do papel do diretor do Departamento de Cultura da municipalidade de São Paulo, para análise da atuação do professor de Música e História da Arte, do cultor da fotografia e daquele que soube pioneiramente defender a memória nacional. Os manuscritos musicais oferecem testemunhos importantes da criação de sua época.
QUANTIDADE
Aproximadamente 30 000
ESTADO DE ORGANIZAÇÃO
Parcialmente processado

Biblioteca
SIGLA: MA
Obras que refletem as idéias das vanguardas européias, assim como o que de mais representativo foi produzido no Brasil entre 1917 e 1945. Das primeiras edições de escritores brasileiros, costumava conservar dois exemplares: um, com dedicatória do autor, que mantinha fechado, e outro, que lia e, muitas vezes, anotava. Há também um grande número de obras sobre música, folclore, etnografia, antropologia. Integram a coleção grande número de periódicos, inclusive todas as principais revistas modernistas. Característica muito importante dessa coleção são as marginálias. Ao longo dos anos, Mário de Andrade cobriu margens e espaços em branco nas obras que lia e que lhe pertenciam, sendo material extremamente rico e abundante para estudiosos do escritor. Deve-se marcar ainda seu gosto em colecionar livros de arte e livros de luxo ricamente ilustrados.
QUANTIDADE
17 624 volumes
ESTADO DE ORGANIZAÇÃO
Processado

Coleção de Artes Visuais
SIGLA: MA
Pinturas, desenhos, gravuras e esculturas, em sua maioria da arte moderna brasileira e, esporadicamente, algumas obras de arte européia que testemunham a época, as atividades e os interesses do titular. Ao lado dessas, encontram-se imagens religiosas, objetos indígenas e outros de influência africana; objetos populares de diferentes regiões do Brasil e mesmo os produzidos pelo comércio e população paulistas durante a Revolução de 1932. As peças estão organizadas nas seguintes séries:
Artes plásticas; Religião e magia, Música e dança e cotidiano; e Revolução de 1932. Existem ainda os móveis que pertenceram ao escritor, compreendendo: máquina de escrever de mesa e portátil, escrivaninha, cadeira, harmônio, oratório, cômoda, estante, mesa, banqueta, sofá e poltronas.
QUANTIDADE
1 234 peças: entre 667 obras de arte, 237 peças de cunho religioso e popular, 317 produzidas durante a Revolução de 1932 e 13 peças de mobiliário.
ESTADO DE ORGANIZAÇÃO
Processado