Defesa de Dissertação de Mestrado de Aniele Caroline Avila Madacki

No dia 09 de março, às 14h00, será realizada, sob a orientação do Prof. Dr. Stelio Alessandro Marras, a Defesa de Dissertação de Mestrado da pós-graduanda Aniele Caroline Avila Madacki, intitulada “Do samba ao funk: a malandragem feminina nas letras de canções da música contemporânea do Brasil”.

RESUMO: A palavra malandragem possui inúmeras acepções que variam conforme o período histórico considerado. Se há um malandro sambista, esperto e sedutor, há também um malandro preguiçoso, arruaceiro, corrupto. Em diferentes momentos da história do Brasil, o malandro foi uma espécie de símbolo da brasilidade. Além de “representar” o povo brasileiro, os diversos malandros também foram objeto de inúmeras pesquisas acadêmicas. O estudo buscou mostrar que há malandras na música que querem se dar a conhecer. Através de uma revisão bibliográfica sobre a malandragem, buscamos caracterizar as malandras a partir de letras de músicas de três momentos diferentes: as décadas de 1930 e 40, as décadas de 1970 e 80 e os anos 2000- 2010. Trabalhamos as canções como se fossem depoimentos etnográficos ou entrevistas concedidas a uma jornalista, ou seja, não nos concentramos nos aspectos “musicais” das canções, mas sim, nos dizeres-cantos daquelas que se deixaram chamar de malandras. Compilamos as informações obtidas em três eixos principais: imagens, discursos e comportamentos. Além de levantar as características das malandras, buscamos também perceber se elas podiam ser consideradas feministas e se eram um contraponto aos setores conservadores que estavam (estão) no poder nos períodos históricos considerados. Verificamos que as malandras têm muitos comportamentos similares aos malandros, como a boemia, o gosto pela música e pela vida nas noites, no entanto, ser malandra é diferente de ser malandro. Notamos também que há categorias novas na malandragem feminina como a “malandra puta,” aquela que se comporta como uma “mulher fácil” ou que é mesmo uma meretriz; e a “malandra feiticeira” que seduz e enfeitiça o companheiro para torná-lo um “homem de malandra”. Atestamos que, aproximando-se do feminismo, as malandras podem se chocar com grupos conservadores e até mesmo com grupos considerados progressistas.

Onde: Instituto de Estudos Brasileiros/Edifício Brasiliana  – Sala 07 – Defesa – 2º andar
Quando: 09 de março, 14h00