Defesa de Dissertação de Mestrado de Cássia Maria Andreucci Naves Fellet

No dia 12 de março, às 10h30, será realizada, sob a orientação do Prof. Dr. Jaime Tadeu Oliva, a Defesa de Dissertação de Mestrado da pós-graduanda Cássia Maria Andreucci Naves Fellet, intitulada “Saúde mental da população moradora de ocupações de movimentos de moradia na cidade de São Paulo”.

RESUMO:O despejo iminente, a insegurança habitacional, a vulnerabilidade social, além das condições de vida no ambiente urbano, como a urbanidade ou o racismo, são importantes determinantes sociais de saúde mental. Cerca de 800 mil famílias enfrentam o déficit habitacional em São Paulo; praticamente de igual montante é o número de imóveis vazios, em sua maioria na região central da cidade. Em função desses fatos surgiram movimentos de moradia que ocupam edifícios que estão abandonados. O objetivo desse trabalho foi investigar e desenvolver ações para a promoção da saúde mental da população que mora em ocupações de movimentos de moradia (os sem-teto), através de uma Pesquisa Participativa Baseada na Comunidade (Community Based Participatory Research- CBPR), que utilizou métodos mistos. O trabalho de campo iniciou-se com a identificação da necessidade de um programa de atenção à saúde mental durante um projeto em parceria na comunidade. De 2016 a 2019 foi feita a coleta de dados de adultos em quatro etapas consecutivas através da observação participante, questionários de rastreamento em saúde mental (SRQ-20 e CAGE), questionário sócio demográfico com perguntas fechadas e uma aberta, análise documental dos registros das ocupações e grupo focal. Com as crianças e jovens, foram realizadas três sessões de arteterapia e feitas visitas às escolas e outros locais que frequentados por eles. Resultados: os moradores de ocupações enfrentam um conjunto de vulnerabilidades, experimentando o estigma, a discriminação social e racial, a exclusão social, a criminalização e o empobrecimento. A possibilidade de despejo é uma ameaça potencial que leva a sintomas de depressão, ansiedade e ideação suicida. Os dados sugerem que as crianças estão mais preservadas, já que consideram as ocupações um lar. A CBPR ofereceu conhecimento sobre as alavancas e barreiras à implementação da promoção da saúde mental, e estratégias para superar as barreiras identificadas.

Onde: Instituto de Estudos Brasileiros/Edifício Brasiliana  – Sala 07 – Defesa – 2º andar
Quando: 12 de março, 10h30