IEB5045 – Museus para Que? Museus para Quem? Acesso ao Patrimônio Cultural nas Instituições Culturais Brasileiras

Profa. Dra. Viviane Panelli Sarraf

3º feira | 08h30 às 12h30

Início em: 03/08/2021

A disciplina será ministrada de forma remota.

Objetivo :

A disciplina tem por objetivo realizar reflexões teóricas baseadas em textos e estudos que discutem o acesso ao patrimônio cultural salvaguardado nas instituições museológicas brasileiras. Dos conceitos fundadores de Colecionismo e Curadoria provenientes do modelo de museus e instituições culturais com origem de criação em Gabinetes de Curiosidades: coleções privadas de nobres, burgueses e instituições religiosas no final da Idade Média na Europa – passando pelo fenômeno de Espetacularização frente a competição com meios de comunicação em massa e de novos interesses de seus públicos a partir da década de 1960 do século XX e chegando a necessidade veemente da interatividade por meio do compartilhamento de informações e de diferentes usos e acessos nas redes sociais durante o século XXI – serão propostas discussões sobre quais são os públicos incluídos e excluídos desses espaços, que, apesar de empreenderem mudanças em suas formas de comunicação e possibilidades de interação, ainda mantém características de sua origem elitizada. Em relação aos públicos excluídos, no contexto histórico do final do século XX e início do século XXI, será dada atenção especial aos estudos e ações afirmativas destinadas as populações de pessoas com deficiência (física, intelectual, sensorial e múltipla), crianças, indivíduos com baixa escolaridade, povos nativos, pessoas com sofrimento psíquico e refugiados. Para fomentar a análise reflexiva dos temas abordados serão utilizados, além de bibliografia básica da disciplina, textos, publicações, projetos, relatórios, gravações em áudio, registros fotográficos de exposições e materiais diversos produzidos por Waldisa Rússio Camargo Guarnieri, salvaguardados no Arquivo do IEB em um Fundo especial. A museóloga contribuiu fundamentalmente com a criação de uma Teoria Museológica internacional, por meio do diálogo com as principais referências da área (Sofka, Stránsky, Gregorová, Carillo, Mensh, Gluczinky, Schreiner), participou da consolidação das reflexões acerca da Preservação do Patrimônio Cultural no Brasil e América Latina por meio de colaborações com autores como Arantes e Canclini; e foi a principal figura na área de formação e difusão das práticas museológicas e de ação cultural pautadas no acesso e na inclusão sócio-cultural em âmbito nacional. Apesar de sua atuação ter se restringido as décadas de 1970, 1980 e 1990, devido a seu falecimento precoce, o alcance de suas ações e produções teóricas continua sendo referência teórica e prática em âmbito nacional.

 

Conteúdo (Ementa):

Análise do acesso ao patrimônio cultural salvaguardado nas instituições museológicas brasileiras. Reflexão acerca dos conceitos fundadores de Colecionismo e Curadoria provenientes da origem dos museus nos Gabinetes de Curiosidades – final da Idade Média na Europa. Reposicionamento dos museus após Revolução Cultural/Movimento Estudantil na Europa – novos conceitos e atuações. Espetacularização dos museus e ações culturais. Representatividades e públicos incluídos e excluídos. Acessibilidade Cultural – inclusão de novos públicos por meio de compreensão dos movimentos sociais contemporâneos. Estudo, discussão e aplicação das diretrizes de acessibilidade universal e inclusão cultural nas instituições culturais brasileiras e as possibilidades de extensão de benefícios para outros públicos.

1. Origem dos museus e instituições de preservação do patrimônio cultural: templos das musas, Gabinetes de Curiosidades, Museus e Coleções Nacionais criados nos séculos XVIII e XIX na Europa e no Brasil

2. Novos modelos de museus – rompimento com a origem elitizada – Revolução Cultural, movimentos estudantis do final da década de 1960, Nova Museologia, Museologia Social.

3. Atuação do ICOM – International Council of Museums no fomento aos novos movimentos teóricos da museologia e na atenção e desenvolvimentos de ações das demandas sociais nos museus.

4. As exposições e coleções compartilhadas por meio das redes sociais.

5. Inclusão sócio cultural e Acesso: novas representatividades e públicos.

6. Preservação e Acesso – uma combinação possível

7. Direito ao Patrimônio Cultural – Movimento Internacional de Inclusão Social e seus reflexos em programas e projetos de museus e instituições de preservação do patrimônio cultural.

8. Acessibilidade Cultural e Projetos Participativos – Legado empírico de Waldisa Rússio Camargo Guarnieri em instituições culturais brasileiras – protagonismo e conhecimento dos novos perfis de público.