Defesa de Dissertação de Mestrado de Alexandre Juliete Rosa

No dia 30 de outubro às 14h30, será realizada, sob a orientação do Prof. Fernando Paixão, a Defesa de Dissertação de Mestrado do pós-graduando Alexandre Juliete Rosa, intitulada O conto em Lima Barreto: oscilação editorial e hibridismo estético.

RESUMO: A presente dissertação busca fazer uma análise da obra em contos do escritor Afonso Henriques de Lima Barreto (1881 – 1922), que se encontra publicada em diversas coletâneas; algumas organizadas pelo próprio autor, outras publicadas por pesquisadores e editores.

Foi constatado ao longo de nossa pesquisa que a contística barretiana se encontra, atualmente, em situação bastante problemática. Do ponto de vista da crítica literária, ela tem sido pouco estudada e, com relação à situação editorial, a obra em contos de Lima Barreto tem apresentado inúmeros casos de negligência.

Outro dado levantado por nossa pesquisa apontou que um número elevado de textos do autor se encontra presente simultaneamente em coletâneas destinadas aos gêneros conto e crônica. Tal oscilação se constitui como índice de uma problemática ainda maior, que deságua na pouca atenção dispensada pela crítica a esta parcela de sua prosa ficcional.

O método utilizado ao longo deste trabalho partiu do entendimento apresentado pelo próprio Lima Barreto sobre a função social da literatura, sintetizada na ideia de literatura militante. Além deste, a pesquisa se pautou pelas discussões travadas pelo autor em torno das questões de gênero literário e pelo próprio contexto no qual o autor produziu, conhecido pela denominação de “pré-modernismo”.

A partir da constatação de que os romances de Lima Barreto já apresentam as marcas de uma diluição nas fronteiras tradicionais entre os gêneros literários, o objetivo da dissertação foi o de tentar demonstrar que esta característica também está fortemente presente em seus contos, sobretudo no aspecto híbrido que apresentam, tais como conto e ensaio; conto e crônica; conto e anedota; conto e diálogo.

Além do hibridismo, encontra-se na prosa ficcional curta do autor, de forma mais acentuada que nos romances, a questão da oralidade e da escrita jornalística. Estas, por sua vez, se configuram como prenúncios da modernidade estilística da prosa brasileira que se consagraria pelo século XX afora.

Muitas questões ainda restam em aberto, embora a pesquisa tenha conseguido identificar algo que unifique, ainda que precariamente, a totalidade dos textos escritos pelo autor dentro deste gênero literário, qual seja: a diversidade estilística e o hibridismo estético.

Onde: Instituto de Estudos Brasileiros/Edifício Brasiliana  – Sala 12 – 2º andar
Quando: 30 de outubro, 14h30