No dia 04 de dezembro de 2024,quarta-feira, às 14hs30min, será realizada a Defesa de Dissertação de Mestrado do pós-graduando Raphael Henrique Quinhones Gemelle Leal, sob a orientação do Prof. Dr. Alexandre de Freitas Barbosa, intitulada “Cinemateca brasileira : preservação, difusão e cultura cinematográfica nas décadas de 1940 e 1950”
Resumo: Idealizada por uma juventude recém-egressa da Universidade de São Paulo na primeira metade do século XX, a Cinemateca Brasileira é uma figura inescapável da história do cinema brasileiro. Suas duas primeiras décadas de existência nos aproximam da mobilização cultural provocada pela vida universitária da USP, das relações culturais estabelecidas com a França e também permitem ao pesquisador entender as formas de organização das culturas em contextos de subdesenvolvimento. O objetivo geral da pesquisa é compreender como a cinemateca brasileira influiu no desenvolvimento do cinema brasileiro durante as décadas de 1940 e 1950. “Cinema brasileiro” não significa, nesta pesquisa, somente o ato de fazer filmes. Engloba, também, a produção de crítica e a formação de público. Os objetivos específicos são três: contextualizar o cinema a partir da posição ocupada pelo Brasil na divisão internacional do trabalho; compreender o contexto e as influências na fundação da Cinemateca Brasileira e na formação seus fundadores; e, por fim, investigar as formas de intervenção social da Cinemateca Brasileira. O trabalho buscou incorporar a Teoria Crítica da Indústria Cultural, a teoria do Sistema-Mundo e as considerações de Alfredo Bosi sobre “Condição Colonial e Sistema Colonial” para pensar o cinema no Brasil. Com o desenvolvimento da pesquisa, chegamos a três principais resultados. De início, a diferenciação das formas de organização das culturas na periferia do capitalismo. Em seguida, partimos das noções e funções do documento cinematográfico para constatar como os fundadores da Cinemateca Brasileira receberam e interpretaram determinada cultura cinematográfica francesa, transformando-a em um projeto de intervenção na realidade brasileira. Por fim, ao comparar as concepções de cinema para infância do Instituto Nacional de Cinema Educativo (INCE) e do Departamento Infantil, da Cinemateca Brasileira, reforçamos um dos pontos do resultado anterior, o de que a cultura cinematográfica promovida Cinemateca surge na contramão do “declínio do indivíduo” anunciado por Adorno e Horkheimer. Apesar de não ter criado soluções para os entraves econômicos ao desenvolvimento do cinema nacional, a Cinemateca Brasileira simboliza uma importante tentativa de resgate da criatividade humana, tendo criado um importante legado para a forma de assistir, pensar, organizar e fazer cinema no Brasil.
Onde: Sala 7, 2º andar do IEB
Quando: 04 de dezembro, quarta-feira, às 14h30