Profs. Drs. Alexandre de Freitas Barbosa e Stelio Alessandro Marras
Início em: 22/08/2023
3º feira | 14 às 18h
Local: Auditório 1 – 2º andar do IEB
A disciplina será ministrada de forma presencial.
O curso ora proposto tem como objetivo a recuperação crítica e renovada do pensamento de Darcy Ribeiro sobre o Brasil (e os brasis). Diante dos constrangimentos políticos e ambientais, sociais e ecológicos de hoje, como herdar seu pensamento? Como mapear e triar suas influências e ramificações na inteligência do país? Onde a pertinência do uno e do diverso nele(s) hoje? Quando o Brasil, quando os brasis?
Conteúdo (Ementa)
O curso está organizado em doze sessões. Começamos com a indagação provocativa –“por que Darcy?” – para realçar a sua importância no contexto do Brasil contemporâneo, que vive o momento mais anti-Darcy da sua história. Mas também para ressaltar a sua trajetória ímpar, que tal como no caso dos brasis, nos apresentam vários Darcys. Parece-nos que a rima não é casual neste autor tão brasileiro. Mas o que é mesmo ser brasileiro hoje? Que possível brasileiro herdarmos de Darcy Ribeiro?
As duas primeiras sessões trazem esses vários Darcys por meio de suas obras e de depoimentos de seus contemporâneos, contidos em documentários, especialmente em “O povo brasileiro”, onde Darcy se coloca em cena como ator da peça, encenando os vários brasis no Brasil.
A sessão 3 é dedicada à sua obra “O povo brasileiro: formação e sentido do Brasil”, que permite estabelecer um diálogo com outros intérpretes do Brasil, tais como Gilberto Freyre, Caio Prado, Celso Furtado e Florestan Fernandes. As sessões 4, 5 e 6 se detêm nestes diálogos interdisciplinares, quando abordamos também duas obras anteriores de Darcy, “Os brasileiros” e o “Dilema da América Latina”.
As sessões 7, 8 e 9 estão dedicadas ao etnólogo e antropólogo, bem como às apropriações e desenvolvimentos de seu legado a partir de autores contemporâneos que o herdam. A discussão ambiental, nos marcos do Antropoceno e da crise civilizatória em que vivemos, no Brasil e no mundo, pode ser resgatada a partir de uma ampliação da reflexão realizada por Darcy Ribeiro, o que exige inclusive repensar os termos da sua utopia “Brasil”.
As sessões 10 e 11 estão dedicadas ao Darcy educador e romancista. Se a primeira destas facetas é logo ligada às ações diretas adotadas por Darcy na sua ânsia por transformar a realidade, a segunda avança fabulações no âmbito ficcional, indispensável para abrir novos horizontes ao factual. Nada de realidade sem imaginação neste Darcy que, assim, pretende pavimentar caminhos para outras formas de interagir com o mundo e reconectar ciência, política e utopia. Eis aí o autor cuja prática intelectual revolve passado, presente e futuro no Brasil.
O curso se encerra com a questão que dá sentido ao curso, cabendo aos seus vários integrantes fazer uma exposição sobre as suas formas de herdar Darcy.
Sessão 1 – Por que Darcy? (apresentação do curso)
Sessão 2 – Darcy Ribeiro: trajetória intelectual e biográfica
Sessão 3 – Darcy Ribeiro e a utopia tropical
Sessões 4 – Caio Prado, Furtado e Florestan: Desenvolvimento Nacional em Perspectiva Histórica
Sessões 5 e 6 –Darcy e o debate sobre desenvolvimento nacional
Sessão 7 – Darcy, etnólogo americanista: como herdá-lo?
Prof. Renato Sztutman (PPGAS/USP; CESTA/USP)
Sessão 8 – Darcy do Brasil ou dos brasis?
Sessão 9 – Darcy diante de Gaia
Sessão 10 – Darcy, pensador da educação e da universidade brasileira
Sessão 11 – Darcy romancista
Prof. Marcos Antônio de Moraes (IEB/USP)
Sessão 12 – Os modos de herdar Darcy: um balanço (fechamento do curso)
